terça-feira, 20 de outubro de 2009

Infraestrutura Logística e Competições de Alto Nível


O sonho para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas tornou-se realidade para o Brasil, após inúmeras tentativas frustradas e derrotas em comitês internacionais. Porem, a vitória atual é repleta de questionamentos e um futuro destinado ao trabalho árduo para a representação nacional, como uma nação organizada, estruturada e com pensamento estratégico de longo prazo, para evitar os gastos excessivos, como os do Pan Americano do Rio de Janeiro, por exemplo.

Logo, deve-se recorrer as definições sobre planejamento estratégico e logística, sendo áreas do conhecimento correlacionadas e destinadas a criação de valor para a sociedade. Pensar estrategicamente envolve analisar profundamente as ações e os seus resultados, enquanto a logística, detém a capacidade de estruturar a escolha de fornecedores, da infraestrutura de transportes e para o pleno atendimento aos contratos.

Neste sentido, para o pleno atendimento as exigências de classe mundial para a Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos, os investimentos devem ser direcionados, em primeira instancia para a mobilidade urbana, envolvendo os modais rodoviário e aeroportuário, prioritariamente. Pensar em ferrovias e em portos está para um segundo momento, devido as suas características industriais atuais.

Ao avaliar o transporte rodoviário, em todas as grandes cidades brasileiras, denota-se uma frota de ônibus antiga, com o domínio de cartéis empresariais dispostos ao lucro em circunstâncias adversas, atrasos nas rotas e manutenção duvidosa. Qual seria a interpretação do publico externo com um nível de serviço não adequado como este? Exemplos como o de Curitiba, em que a existência de corredores dedicados e a fiscalização publica são satisfatórios.

Quando o assunto são os aeroportos, a situação dos terminais de passageiros e pistas é preocupante. Exemplos da ampla necessidade por investimentos públicos ou privados são os terminais do Galeão no Rio de Janeiro, demandando reformas estruturais para as instalações em geral, de Congonhas, quanto à pista para pousos e decolagens e Confins, sendo o somatório dos critérios apresentados para os dois aeroportos acima.

Para um país que será a sede da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, com a recepção de todo o planeta em suas terras e com as atenções plenas voltadas para as suas instalações, muito trabalho deverá ser executado. Neste sentido, o planejamento governamental pode ser o adequado, para as demandas apresentadas.

Historicamente, todos os projetos para a infraestrutura logística nacional esbarram na lentidão de decisões e nos humores do mercado internacional. Basta relembrar que na gestão do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi criado o Programa Avança Brasil, com foco em melhorias nas rodovias, portos, aeroportos, saneamento básico, entre outros, sendo sucedido pelo Programa de Aceleração do Crescimento, do governo Lula, apresentado elevados índices de não realização de prazos, alem dos problemas econômicos mundiais que assolaram a escassez e credito para obras publicas.

Assim sendo, o futuro nos reserva uma medalha de ouro, caso seja estruturado um planejamento adequado e investimentos seguros, com uma infraestrutura condizente para os eventos esportivos a serem realizados, mesmo que a opção seja a exclusão da luxuria, em detrimento a eficiência. Em ultimo caso, o resultado final poderá ser o observado, como em Atenas, com desperdício de dinheiro publico e a indignação populacional.

Hugo Ferreira Braga Tadeu

Professor da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro e Coordenador do Núcleo de Estudos em Operações. Diretor do IELOG.

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